terça-feira, 30 de novembro de 2010

Economia de baixo carbono: o desafio brasileiro. Entrevista com Ricardo Abramovay

“O país tem hoje uma situação privilegiada”, constata o economista Ricardo Abramovay. Segundo ele, este privilégio “exprime-se no fato de que a transição para uma economia de baixo carbono é capaz de compatibilizar seu crescimento com a preservação dos serviços ecossistêmicos básicos”. Para que o Brasil seja um exemplo internacional na relação entre economia e ecossistemas, elementos básicos devem ser cumpridos, menciona.

“É preciso que (da mesma forma que está ocorrendo na União Européia, no Japão, na China e nos EUA) a inovação industrial tenha por vetor fundamental a preocupação em reduzir ao mínimo o uso de materiais e energia por unidade de produto. Isso exige rastreamento mais aprofundado não só das emissões de gases de efeito estufa, mas dos impactos da produção material sobre a biodiversidade e, de maneira geral, sobre os materiais consumidos pela indústria. Além da chamada pegada de carbono, é fundamental rastrear a pegada de água e de todos os materiais usados na produção”. De acordo com Abramovay, outro elemento importante refere-se ao padrão de consumo atual. “Os padrões de consumo atuais tão concentrados em produtos alimentares de má qualidade, num padrão de mobilidade urbana insustentável e em formas de moradia apoiadas em imenso desperdício devem ser discutidos e modificados”.
Na entrevista que segue, concedida, por e-mail, à IHU On-Line, o economista enfatiza que o “Brasil pode continuar desempenhando papel de destaque na oferta de commodities, ao mesmo tempo em que transita para uma economia de baixo carbono e baseada no conhecimento (e não na destruição) da natureza”.
No que se refere aos investimentos a partir das reservas de pré-sal, Abramovay é enfático: “O importante é que ao menos parte dos recursos do pré-sal seja dirigida para acelerar a transição do Brasil para uma economia de baixo carbono, de maneira que os usuários dos resultados da exploração do pré-sal respondam pelo pagamento dos direitos de emissão ligados a seu uso. É fundamental que se ampliem os investimentos em ciência e tecnologia ligadas ao conhecimento dos mais importantes biomas do país, para que o uso sustentável da biodiversidade”.

Ricardo Abramovay é mestre em Ciências Políticas, pela Universidade de São Paulo (USP), doutor em Ciências Econômicas, pela Universidade de Campinas (Unicamp), e possui ainda cinco pós-doutorados, entre eles citamos o curso concluído na Ècole dês Hautes Études em Sciences Sociales. Coordenador do Núcleo de economia socioambiental (NESSA), ele faz parte do Programa de pesquisa Dinâmicas Territoriais Rurais do Centro Latinoamericano para el Deserrollo Rural (RIMISP), do Chile e do International Development Research Center (IDRC), do Canadá.

IHU On-Line – Como a política econômica brasileira deve ser repensada a partir da questão ambiental?

Ricardo Abramovay – O país tem hoje uma situação privilegiada que ele pode usar de forma inteligente ou desperdiçar. Este privilégio exprime-se no fato de que a transição para uma economia de baixo carbono, capaz de compatibilizar seu crescimento com a preservação dos serviços ecossistêmicos básicos, pode ser levada adiante de forma muito menos traumática que na maior parte dos países com a importância econômica do Brasil. A matriz energética brasileira é dependente de combustíveis fósseis em pouco mais de 50% (embora a presença das termelétricas esteja aumentando de forma preocupante). A média mundial é superior a 85% e a dos países mais ricos do planeta ultrapassa 90%. A redução no desmatamento da Amazônia aumenta a probabilidade de que os compromissos internacionais quanto à emissão de gases de efeito estufa sejam cumpridos.
O fundamental, então, é que estas vantagens sejam utilizadas para fazer da sociedade brasileira um exemplo internacional na relação entre economia e ecossistemas. Isso se traduz por três elementos básicos. Em primeiro lugar, é preciso que, da mesma forma que está ocorrendo na União Europeia, no Japão, na China e nos EUA, a inovação industrial tenha por vetor fundamental a preocupação em reduzir ao mínimo o uso de materiais e energia por unidade de produto. Isso exige rastreamento mais aprofundado não só das emissões de gases de efeito estufa, mas dos impactos da produção material sobre a biodiversidade e, de maneira geral, sobre os materiais consumidos pela indústria. Além da chamada pegada de carbono, é fundamental rastrear a pegada de água e de todos os materiais usados na produção.
O segundo elemento refere-se à Amazônia: não é possível que ela continue sendo encarada estrategicamente como o local de onde se extraem minérios, onde se produz energia e como o paraíso das commodities. É verdade que melhoram, nos últimos anos, as condições de exploração de energia, minérios e commodities. Mas ainda estamos a anos-luz da recomendação de Bertha Becker e Carlos Nobre, no documento de 2008 da Academia Brasileira de Ciências de construir uma economia baseada no conhecimento da natureza, no uso sustentável da floresta em pé. Estamos assim desperdiçando uma riqueza nacional fantástica e, mais que isso, a oportunidade de desenvolver um padrão de uso dos recursos produtivos que pode ser exemplar em termos internacionais.
O terceiro elemento refere-se ao próprio padrão de consumo atual. A contrapartida da redução da pobreza e da desigualdade é que deixa ainda mais patente a insustentabilidade do padrão de consumo que marca a sociedade brasileira. Quem mora em São Paulo percebe que a aspiração e o verdadeiro culto à propriedade de um automóvel individual, sua transformação não numa utilidade, mas num valor é apenas um exemplo de que aumento da renda não conduz necessariamente a aumento do bem-estar. Isso não significa que a renda dos mais pobres deva parar de crescer, é claro. Significa que os padrões de consumo atuais tão concentrados em produtos alimentares de má qualidade, num padrão de mobilidade urbana insustentável e em formas de moradia apoiadas em imenso desperdício, devem ser discutidos e modificados. O Plano Brasileiro de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis – PPCS, atualmente em consulta pública, é um avanço importante nesta direção.

IHU On-Line – A presidente eleita, Dilma Rousseff, prometeu erradicar a miséria e reduzir a pobreza a apenas 4% da população até 2014. Quais os desafios nesse sentido? O Brasil tem condições de continuar reduzindo a pobreza, considerando o atual modelo de desenvolvimento econômico?
Ricardo Abramovay – Há duas dimensões importantes nesta pergunta. A primeira é que o sucesso em cada passo adicional na luta contra a pobreza é mais difícil que o passo anterior. Os que se encontram em situação de miséria absoluta, muitas vezes, são indivíduos e famílias – na maior parte dos casos famílias monoparentais, dirigidas por mulheres e, com frequência, por mulheres relativamente idosas – distantes de redes básicas de solidariedade capazes de suprir suas necessidades em momentos mais críticos e de abrir horizontes de mudança de vida em termos de emprego ou oportunidade de geração de renda. Se a ideia é realmente zerar a miséria absoluta, um caminho importante é a formação de equipes de agentes de desenvolvimento capacitados a dialogar com estas famílias e, sobretudo, a lhes abrir contatos e oportunidades que permitam recuperar sua autoestima e ampliar o horizonte social em que vivem. Os custos de formação de uma rede de agentes de desenvolvimento seriam certamente compensados pela redução na demanda por atendimento de urgência por parte destas famílias.
A segunda dimensão fundamental está na necessidade de se avançar muito mais na luta contra a desigualdade. Isso não depende estritamente de política econômica e sim de decisões que se referem à disponibilidade de assistência de qualidade às crianças desde a primeira infância e à qualidade do ensino público. Mais que de renda, o Brasil é um país em que ainda há uma profunda desigualdade de expectativas entre os filhos dos ricos e os que vêm de famílias pobres. O passo mais importante para extirpar a miséria absoluta é criar uma sólida rede de proteção à infância e uma política consistente de aumento na qualidade do ensino público e que permita que todos tenham a aspiração de cursar as melhores universidades e ingressar nos melhores postos do mercado de trabalho. Não se pode deixar de mencionar também as diferenças brutais na qualidade dos serviços de saúde de que desfrutam ricos e pobres no Brasil. Isso é um elemento que não apenas desperdiça vidas, mas que corrói o sentimento mínimo de solidariedade que deve marcar uma sociedade democrática.

IHU On-Line – A estratégia de manter o Brasil como o celeiro do mundo está na contramão da terceira revolução industrial, baseada na baixa emissão de carbono?

Ricardo Abramovay – O Brasil pode continuar desempenhando papel de destaque na oferta de commodities, ao mesmo tempo em que transita para uma economia de baixo carbono e baseada no conhecimento (e não na destruição) da natureza. Os segmentos mais esclarecidos do agronegócio já se deram conta disso e não é por outra razão que as mesas redondas da soja, dos biocombustíveis e da pecuária avançaram tanto. A produção brasileira de commodities sairá fortalecida de uma decisão em que os próprios empresários endossem uma política de desmatamento zero em todos os biomas do país e não só na Amazônia. Não é possível imaginar que seja necessário persistir no desmatamento da caatinga como base para a produção de gesso ou de ferro gusa. O desmatamento é a expressão do capitalismo brasileiro da primeira metade do século XX, que, entretanto, ainda tem uma força extraordinária. Um dos grandes desafios dos próximos anos é o fortalecimento de coalizões empresariais que façam da preservação dos serviços ecossistêmicos básicos uma das fontes fundamentais de inovação tecnológica e de ganhos econômicos. Mas, para isso, é fundamental sinalizar que aumento da produtividade e produção de qualidade não combinam com devastação.

IHU On-Line – Qual deve ser a posição do Brasil, a partir da descoberta de reservas do pré-sal, diante da questão energética e ambiental?

Ricardo Abramovay – O ponto de partida para esta resposta é a constatação da extraordinária eficiência energética do petróleo. Thomas Homer-Dixon e Nick Garrison, em Carbon Shift – How the Twin Crisis of Oil Depletion and Climate Change Will Define the Future (Random House Canada) não hesitam em afirmar que a população mundial quadruplicou no último século graças ao petróleo. “Convertemos petróleo em comida e comida em bilhões de pessoas”, dizem eles. Três colheres de petróleo cru contêm tanta energia quanto oito horas de trabalho humano. No último século a quantidade de energia por hectare nas terras agrícolas aumentou cerca de oitenta vezes. É óbvio que há inúmeras consequências negativas no uso do petróleo, que vão da poluição e das emissões de gases de efeito estufa até o próprio poder das companhias petrolíferas. Mas a verdade é que se trata de uma fonte de energia com eficiência impressionante e da qual a humanidade vai continuar dependente ao menos durante todo o século XXI.
Só que com o próprio esgotamento do petróleo a eficiência econômica na extração vai sendo reduzida: em 1930 o retorno energético do investimento em petróleo era de um para 100. Ou seja, cada unidade de energia gasta para extrair petróleo traduzia-se em cem unidades de energia obtidas. Hoje, a proporção caiu de um para 17, a profundidade média da extração subiu de 1000 para 2000 metros e o tamanho médio de um novo campo diminuiu de 20 milhões para um milhão de barris. Estes custos vão aumentar ainda mais como decorrência do acidente de Macondo, o poço da BP que explodiu no Golfo do México. Em reportagem recente no Valor Econômico (17-11-2010), Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, afirma que a indústria de petróleo tem deficiências no sistema de segurança da exploração em águas profundas. Corrigir estas deficiências significa aumentar os custos da exploração.
A este inevitável aumento no preço do petróleo acrescenta-se, é claro, a necessária cobrança pelas consequências destrutivas das emissões de gases de efeito. Ainda mais se forem levados em conta os trabalhos do mais importante especialista da NASA no assunto, James Hansen, de que não basta estancar as emissões, é necessário reduzir o nível de concentração de gases de efeito estufa na atmosfera se quisermos legar a nossos filhos ecossistemas mais ou menos próximos ao que conhecemos.
O resultado é que o petróleo ficará mais caro em função de sua escassez, de seus crescentes custos de exploração e dos riscos a que esta exploração se associa. Além disso, o uso do petróleo deverá ser taxado por seus impactos negativos sobre a biosfera. Claro que haverá um imenso esforço de captação de carbono, mas isso só vai contribuir para encarecer as emissões, já que não se sequestra carbono gratuitamente.
O grande problema é que, apesar de tudo isso, nada indica, por enquanto, que as energias alternativas poderão substituir o petróleo como fonte de crescimento para a economia mundial. Uma conclusão possível desta constatação é que este crescimento terá que ser contido, sobretudo para os países mais ricos do planeta cujas necessidades básicas já foram atingidas e que já possuem a infraestrutura necessária a uma vida social digna. O que chama a atenção é que a ideia de que deve haver limites ao crescimento econômico, repudiada como quase folclórica no início da década passada, ganha um prestígio crescente nos círculos de negócios e entre alguns dos mais importantes economistas contemporâneos.

IHU On-Line – O petróleo do pré-sal pode financiar a transição do Brasil para uma economia com menor emissão de carbono? Como?

Ricardo Abramovay – Mesmo que do ponto de vista internacional o desafio estratégico esteja na redução das emissões de gases de efeito estufa, seria insensato não organizar a exploração do pré-sal, tendo em vista o inevitável aumento da demanda mundial por petróleo. O importante é que parte significativa dos recursos do pré-sal seja dirigida para acelerar a transição do Brasil para uma economia de baixo carbono, de maneira que os usuários dos resultados da exploração do pré-sal respondam pelo pagamento dos direitos de emissão ligados a seu uso. É fundamental que se ampliem os investimentos em ciência e tecnologia ligadas ao conhecimento dos mais importantes biomas do país, para que o uso sustentável da biodiversidade, a economia da floresta em pé, a economia do conhecimento da natureza, possa ganhar escala e influir sobre o próprio padrão de crescimento da economia brasileira.

IHU On-Line – Que heranças o governo Lula deixa para a nova presidente?

Ricardo Abramovay – A contribuição mais importante do governo Lula é de natureza institucional e se exprime em três realizações decisivas. A primeira refere-se à independência da Polícia Federal. É uma instituição respeitada e que leva adiante suas investigações de forma totalmente legal e profissional. O resultado é um avanço inédito na luta contra a corrupção em todos os níveis e por todo o país. Ali, onde há eventuais abusos de autoridade, o país dispõe de mecanismos claros para coibir. A segunda refere-se ao Ministério Público: era uma organização meio folclórica e radicaloide e hoje tornou-se uma instituição coesa que atua em áreas que vão da corrupção ao meio ambiente, atraindo para si alguns dos melhores jovens talentos. O terceiro elemento importante refere-se ao próprio funcionalismo. O aumento na quantidade de gestores públicos melhorou de forma impressionante a qualidade da máquina estatal. Dizer que nos últimos anos ampliaram-se os gastos com pessoal é um equívoco, pois não é esta a origem dos problemas do financiamento do Estado brasileiro e não leva em conta que gestores bem formados e bem pagos fortalecem justamente o caráter republicano do Estado. Quando se acrescentam a estes elementos institucionais o avanço na luta contra a pobreza e a desigualdade o resultado é que o país está em condições excepcionalmente favoráveis para enfrentar seu mais importante desafio econômico: mudar a qualidade de seu crescimento como base para aprofundar a luta contra a pobreza e a desigualdade.

(Ecodebate, 24/11/2010) publicado pelo IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.

[IHU On-line é publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]

Cidades verdes e com emissão zero de carbono, artigo de José Eustáquio Diniz Alves


Projeto Masdar City. Foto: National Geographic

As cidades são consideradas por muitos como verdadeiras vilãs do meio ambiente e concentram as maiores fontes de poluição e desperdício do Planeta. Algumas pessoas defendem à volta ao meio rural e a reversão da transição urbana que já colocou mais da metade da humanidade vivendo em cidades. Contudo, as cidades podem, deixar de ser um problema e se tornarem uma solução. Será que existe a possibilidade de haver cidades com emissão zero de carbono?

Pode parecer sonho, mas já estão em construção projetos de cidades que se pretendem verdes e sustentáveis, ou ecópoles, como as cidades de Dongtan, na China, e Masdar, em Abu Dhabi.

O primeiro exemplo vem do governo de Xangai que está tentando erguer um projeto inovador em Dongtan, no sentido de tornar o local uma cidade totalmente ecológica. Localizada na ilha de Chongming, que possui 86 quilômetros quadrados de área, semelhante à de Manhattan, em Nova York. A cidade de Dongtan pretende ser auto-suficiente em energia e água e utilizar somente fontes alternativas e renováveis de energia, como solar, a força dos ventos, além de biogás e de biomassa. O transporte não permitirá os veículos tradicionais à combustão, mas sim bicicletas e motos movidas a bateria ou carros à base de hidrogênio e outras energias alternativas. Apenas 7 minutos de caminhada separarão as casas da infra-estrutura da cidade, como escolas, hospitais e transporte público. Cerca de 80% do lixo deverá ser reciclado e os dejetos processados e reutilizados como adubo.

O segundo exemplo acontece nos Emirados Árabes onde o governo de Abu Dhabi está constuindo a cidade considerada a mais verde do mundo, chamada Masdar (“A cidade fonte” em árabe). A cidade foi concebida para ter: carbono zero, zero de resíduos e a não existência de carros. A eletricidade será gerada por energia solar e eólica, a água será fornecida através de processos de dessalinização e o paisagismo será feito com água residuais produzidas pela cidade. A maioria das ruas da cidade, por exemplo, terão apenas 3 metros de largura e 70 de comprimento para facilitar a passagem do ar e incentivar a caminhada. Segundo os idealizadores do projeto, a construção da cidade de Masdar foi concebida para atender 10 princípios de sustentabilidade:

1)100% da energia fornecida virá de fontes renováveis;

2)99% dos resíduos serão reutilizados, reaproveitados ou usados de maneira ecologicamente correta;

3)O transporte da cidade será inteiramente público e sem emissão de carbono;

4)Só será usado material ecologicamente correto, como recicláveis e materiais certificados;

5)Apenas alimentos biológicos e orgânicos farão parte do cardápio de Masdar;

6)Consumo de água será reduzido em 50% da média mundial e todas as águas residuais serão reaproveitadas e reutilizadas;

7)Haverá preocupação e cuidado com as espécies (fauna e flora) locais;

8)A arquitetura integrará os valores locais;

9)Bons salários e condições de trabalho para todos, conforme definido pelas normas internacionais do trabalho;

10)Investimentos na qualidade de vida e eventos para todos os tipos de habitantes.

Ainda falta um longo caminho para estes projetos visionários se tornarem realidade e uma referência para as demais cidades do mundo. Mas só a concepção e a tentativa de se construir ecópoles já é um passo à frente, significando uma esperança para que um dia, junto com mudanças culturais e nos hábitos de consumo, possamos ter uma sociedade que tenha como base uma economia urbana verde, limpa e sustentavel.

Referencias sobre Masdar e Dongtan

http://www.masdar.ae/en/home/index.aspx

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cidade/conteudo_253920.shtml

José Eustáquio Diniz Alves, Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE, é colaborador e articulista do EcoDebate. E-mail: jed_alves{at}yahoo.com.br

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Taxi a Hidrogênio nos Jogos Olímpicos de 2012



Táxi a hidrogênio
Londres poderá ter os seus primeiros táxis com emissão zero, movidos a hidrogênio, circulando durante os Jogos Olímpicos de 2012.
Os táxis desenvolvidos pela Lotus, equipe britânica de Fórmula 1 e que também produz carros esporte, têm o chassis igual ao do atual Black Cab inglês e pesam as mesmas 2,6 toneladas.
Sua aceleração de 0 a 100 km/hora se dá em 15,5 segundos - lenta se comparada a maioria dos carros, mas sete segundos mais rápida do que um Black Cab comum. Sua velocidade máxima é de 128 km/h.
Visto de fora, ele parece um táxi comum, mas as rodas traseiras são movidas por dois motores elétricos movidos por uma bateria de polímero de lítio - apesar de não ser um carro elétrico no sentido convencional.

Híbrido elétrico-hidrogênio
A principal fonte de energia do carro são células de combustível que convertem energia de hidrogênio - armazenado em um tanque sob o capô do carro - em eletricidade.
Os motores elétricos podem ser movidos pelo sistema de células de combustível, ou por bateria, ou por uma combinação dos dois.
A bateria do carro é alimentada cada vez que o veículo é freado, tanto pelo excesso de eletricidade criado pelas células de combustível, como pela energia cinética capturada durante a frenagem e enviada para os motores elétricos.
Com as duas diferentes fontes de energia, o carro poderia ser considerado híbrido, apesar de que, normalmente, o termo veículo híbrido se refira a carros movidos a gasolina e eletricidade.

Carro com emissão zero
O objetivo do projeto é criar um carro com emissões zero. O táxi não tem cano de escapamento, porque só emite vapor d'água.
Mas isso não quer dizer que se trate de um carro ecológico, já que o processo de produção do hidrogênio - que quebra a água em moléculas de oxigênio e hidrogênio - é um processo que exige muita energia e normalmente é feito a partir do gás natural, um combustível considerado fóssil e não-renovável.
Quando o processo é feito com a ajuda de fontes de energia renováveis, como turbinas de vento, o carro é ecológico, mas na prática, o mais provável é que o hidrogênio seja produzido com o uso de combustíveis fósseis, como o gás.



Por usar células a combustível e baterias, o carro pode ser considerado híbrido. [Imagem: Lotus Engineering]
"O Black Cab é uma boa ferramenta para demonstrarmos a tecnologia", afirma Ashley Kells, diretor do programa da Intelligent Energy, a empresa que desenvolveu o sistema de células de combustível do veículo. "Enquanto você abastecer as células de energia, elas continuarão garantindo a energia do carro."

Ferramenta de marketing
No caso dos táxis londrinos, eles serão abastecidos com hidrogênio gasoso, e o tanque pode ser cheio em cinco minutos.
Segundo a empresa, um tanque cheio de hidrogênio daria ao veículo a mesma autonomia que um tanque de gasolina, entre 250 km e 400 km - uma informação altamente questionável, já que nenhum outro experimento sequer se aproxima disso.
Apenas alguns táxis movidos a hidrogênio serão lançados para os Jogos Olímpicos de 2012. Até lá, deverá haver seis postos de abastecimento de hidrogênio na cidade e pelo menos cinco ônibus movidos a hidrogênio em circulação.
Na verdade parece ser mais de uma ferramenta de marketing, o que é negado por Kells, que afirma que o projeto oferece uma "uma solução tangível, real para 2020".
Para os engenheiros da Lotus, acostumados a trabalhar com carros de estrutura bem mais leve, este é apenas o começo. Eles esperam conseguir que o projeto avance para que sejam desenvolvidos táxis mais leves e eficientes no futuro.
Fonte:
http://www.inovacaotecnologica.com.br

domingo, 26 de setembro de 2010

Curso de Design em Permacultura - PDC







O PDC é um curso de imersão com carga horária mínima de 72h e grade curricular padrão no mundo todo. Ele mescla teoria e prática, dando um embasamento básico na formação de um permacultor.
Este curso foi estruturado por Bill Mollison e traz as ferramentas básicas da permacultura segundo Mollison e David Holmgren.
Um curso PDC é certificado pelo permacultor que ministra o mesmo, neste caso, quem assina o certificado é Jorge Timmermann, Suzana Maringoni e Pedro Marcos Ortiz, todos permacultores fundadores da Rede Permear.
Este é um espaço da família Ortiz, em São José do Cerrito, planalto Catarinense, uma propriedade de 24hectares, desta família de agricultores, e que vem vivendo a permacultura há 7 anos, tanto no trabalho com animais, com a terra e nas instalações. O PDC neste espaço possibilita vivenciar como é uma propriedade permacultural, onde há a produção de leite, frutas, suco de uva, etc.
Neste momento o sítio está preparando instalações de dependências multi-uso, tanto para a fabricação de suco de uva, como para receber grupos para cursos, Este é o motivo pelo qual estamos transferindo a data do PDC para a primeira semana de novembro.
Data
O Curso começará no dia 30 de outubro, sábado, ás 8:30h e terminará no domingo, dia 7 de novembro, às 17h, com carga horária mínima de 72 horas. Este curso inclui a elaboração de um design permacultural.
Custos
O Curso inclui alojamento coletivo e/ou espaço para camping, alimentação e material digital.
O custo é de R$560,00 (quinhentos e sessenta reais).
Para reservar sua vaga é necessário o depósito de R$ 160,00. Este depósito não será devolvido em caso de desistência, no entanto, poderá ser transferido para outra pessoa.
O restante deverá ser pago até o início do Curso.
Incrições
Enviar e-mail para suzana@permacultura.org.br que serão enviados dados para depósito assim como o preenchimento da ficha de inscrição.


Fonte:
http://www.permear.org.br

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"FLOR DA PERMACULTURA"

PERMACULTURA

O QUE É?

Em poucas palavras, Permacultura é uma síntese das práticas agrícolas tradicionais com idéias inovadoras. Unindo o conhecimento secular às descobertas da ciência moderna, proporciona o desenvolvimento integrado da propriedade rural de forma viável e segura para o agricultor familiar.
0 projeto permacultural envolve o planejamento, a implantação e a manutenção conscientes de ecossistemas produtivos que tenham a diversidade, a estabilidade e a resistência dos ecossistemas naturais. Ele resulta na integração harmoniosa entre as pessoas e a paisagem, provendo alimentação, energia e habitação, entre outras necessidades materiais e não materiais, de forma sustentável.
A palavra PERMACULTURA ainda não existe nos dicionários brasileiros. Ela foi inventada por Bill Mollison para descrever essa transformação, da agricultura convencional em uma Permanente agricultura.

QUANDO SURGIU?

A Permacultura foi desenvolvida no começo dos anos 70 pelos australianos Bill Mollison e David Holmgren, como uma síntese das culturas ancestrais sobreviventes com os conhecimentos da ciência moderna. A partir de então, passou a ser difundida na Austrália, considerando que, naquele país, a agricultura convencional já estava em decadência adiantada, mostrando sinais de degradação ambiental e perda de recursos naturais irrecuperáveis. Na verdade, em situação muito similar à do Brasil de hoje.
Desde então, os inúmeros casos de sucesso na aplicação da Permacultura têm provado ser, ela, uma solução viável não somente para a Austrália, como para todo o Planeta. Os conceitos de agricultura permanente começaram a ser expandidos como uma cultura permanente, envolvendo fatores sociais, econômicos e sanitários para desenvolver uma verdadeira disciplina holística de organização de sistemas.


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Carro elétrico retira energia da estrada

Estudantes alemães criaram um carro elétrico de três rodas que retira energia da estrada por meio de uma tecnologia sem fio.

Os alunos de engenharia mecânica e de mecatrônica da Universidade de ciências Aplicadas de Karlsruhe construíram um veículo experimental para testar a praticidade da tecnologia sem fio.

O carro é movido por uma espécie de cubo, que retira energia de trilhos condutores, colocados no chão, por meio de indução elétrica.

Os receptores são instalados debaixo do carro. Pequenas baterias a bordo do veículo funcionam como um amortecedor quando o carro sai dos trilhos condutores de eletricidade.

O trilho condutor foi fornecido pela empresa SEW-Eurodrive, que fica na cidade alemã de Bruchsal. Já os componentes do veículo foram projetados e construídos por 14 alunos, que usaram fibra de carbono e materiais hi-tech no chassi e nos sistemas de freio e de direção. O projeto foi testado e ajustado em um canal de vento virtual antes que o carro fosse construído.

O veículo lembra uma bicicleta reclinada, na qual o motorista fica dentro de uma cápsula. O carro pesa apenas 60 kg, mas a equipe quer reduzir seu peso para 40 kg.

O chefe da pesquisa, Jürgen Walter, da faculdade de engenharia mecânica e mecatrônica da universidade, disse que a equipe quer  obter uma relação de peso entre o motorista e o veículo de 2:1, enquanto na maioria dos veículos essa relação é de 1:10 e 1:15.

O design leve do carro permite que alcance a velocidade de 50 km/h, apesar de seu motor de 2 kW. O veículo completou 40 voltas em um trilho condutor de 222 metros montado na universidade.

Fonte: http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/carro-eletrico-retira-energia-da-estrada-20100915.html

Postado por Wagner Pereira